sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Entrevista Máskara


O Blog agora terá uma série de entrevistas com as personalidades do vôo livre, e nesta primeira entrevista, vamos ver o que o Tetra Campeão Paulista, Leonardo Dabbur tem a nos contar.

31 anos, paulistano, empresário, formado no vôo em 1997 pelos instrutores Koka e Marquinhos Dust Devil. Mas, nasceu voador. Filho de Fausto Dabbur, piloto das antigas, local da serra da bocaina, desde criança já encarava todas as aventuras e roubadas que o esporte proporciona.

Então vamos ao bate papo.

Léo, a vontade de voar surgiu quando vc ainda era pequeno ?

Sempre tive vontade de voar. Quando era pequeno ficava sonhando e brincando de voar e enrroscar nas térmicas.

Seus pais te apoiaram quando você resolveu fazer o curso de vôo ?

Nem apoiaram, nem foram contra. Ficaram neutros. No fundo eles apoiariam, mas acho que não queriam pra si essa responsabilidade, tanto é que só comecei a fazer o curso quando tive meu próprio dinheiro.

Antes do vôo você praticava algum esporte ?

Pratiquei esporte a minha vida toda. Desde o judô quando criança até o último esporte antes do vôo que foi o triatlon.

Atualmente você pratica outros esportes?

Corro regularmente para manter a forma, pois sinto que o vôo desgasta muito o organismo mas como atividade aeróbica não é o mais indicado. Sinto que com um físico melhor, a minha capacidade de decisão em competições melhora bastante pois não fico me preocupando tanto com o meu corpo, ou seja, uma dorzinha aqui, outra ali.

Você voa a 9 anos, quando começou a competir e por que ?

Minha primeira competição foi em 1998, no aberto de Cambuquira MG. Não fiquei muito animado, pois voava com asa com king ainda e não tinha chances de ser competitivo. O que me incentivou mesmo foi o campeonato paulista que você organizou em 2001, onde tive a minha primeira participação na etapa de Socorro. A condição estava muito boa,uma farofa ! E no primeiro dia fiquei em segundo lugar, chegando no aeroporto de Mogi Mirim atrás do Junai. Aí o bicho da competição me pegou e comecei a participar de todas as etapas do paulista.

Como você analisa seus quatro títulos consecutivos no paulista e que importância isso tem nas outras competições ?

A cada ano que participo de competições, acredito que evoluo e amadureço o meu vôo. Antigamente errava muito mais, acredito que a experiência adquirida nas competições faz com que hoje eu seja mais regular. Ser campeão competindo com grandes nomes do vôo livre nacional, como os top paulistas os são, me deixa muito engrandecido e confiante no meu estilo de vôo. O campeonato paulista deste ano foi o mais competitivo para mim dos quatro, pois o Nenê participou com afinco em todas as etapas, e se manteve a frente do meio do campeonato até a penúltima etapa, quando eu consegui supera-lo e abrir uma vantagem um pouco mais confortável. Acredito que o campeonato paulista me acrescentou muito no desenvolvimento de meu vôo para competições como o campeonato brasileiro e competições internacionais.

Este ano você ficou em terceiro no ranking brasileiro e ainda foi quarto colocado no pré mundial do Texas EUA. Você esperava por estes ótimos resultados ?

Nunca pensei que seria fácil me colocar entre os seis primeiros do ranking brasileiro, nem entre os dez do mundial, como não o é. Estes resultados que obtive foram suados e apertados. O nível técnico dos pilotos brasileiros é ótimo e para conseguir uma classificação boa você tem que voar muito, arriscar e também contar com um pouco de sorte.

Como você define a sua atitude competitiva, o seu estilo de vôo ?

Procuro sempre fazer o meu vôo, ter as minhas decisões próprias. É muito importante para chegar na frente você ter personalidade. Voar em pelotões as vezes pode ser uma armadilha,pois você pode estar indo para uma roubada de condição e nem perceber isso, pois você não estará lendo a condição da maneira mais racional e sim indo com o bolo, tipo "Maria vai com as outras".

E o equipamento, que asa você voa ? E como você costuma regular o brinquedo ?

Atualmente vôo com a asa T2 154 da fábrica americana Wills Wing. A regulagem que faço é apenas nos sprogs, coloco a asa de uma maneira confortável de voar, mantendo a vela bem acentada na estrutura. Uso o cinto vulto s da Rotor, que me patrocina.

Quais são seus planos para 2007 ?

Em 2007 vou tentar o pentacampeonato paulista, brigar pelo primeiro título de campeão brasileiro e tentar me classificar bem no mundial em agosto no Texas EUA.

E a equipe brasileira, está bem representada para brigar pelo bi campeonato mundial ?

Com certeza, principalmente se aceitarem que a equipe passe de seis para oito pilotos. Aí não tem pra ninguém. O Brasil é o único país que tem um grande número de pilotos muito bons. Este ano fomos campeões no pré mundial apenas com quatro pilotos pontuando, quando outras equipes tinham mais pilotos participando.

Os pilotos de asa tem fama de que não dão muitas dicas. E você, é assim também ou vai abrir o jogo. Tem alguma dica aí pra galera ?

Acho que não é o piloto que não dá a dica, acredito que também ninguém vem e pergunta, ou por timidez ou sei lá...Eu também nunca fui de perguntar muito, mas indo em competições, conversando e ouvindo as histórias do vôo fui tirando as minhas conclusões. O vôo espelha como somos na nossa vida no dia a dia. Se temos medo de dar uma tirada,´provavelmente não encontraremos o canhão e vamos nos contentar com uma termiquinha de 0,5 m/s. Não é que devemos tirar na loucura. Devemos sim analisar o céu, o relevo e a vegetação, tentar imaginar o que está acontecendo e o que vai acontecer, para tirar na direção e velocidade corretos.

Bons vôos em 2007 galera !!!




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