Desta vez entrevistamos o atual campeão da categoria advanced Xexa, que acaba de voltar de uma temporada de vôos alucinantes na Austrália. O menino diz que vem com tudo na temporada 2007. O pelotão da frente que se cuide.
Como e porque você começou a voar de asa delta?
Quando eu tinha 15 anos de idade eu conheci o Tuffy e o Tércio que são tios de um grande amigo meu o Marcinho, que hoje é co-piloto da TAM, através deles eu tive os primeiro contato com o vôo livre, fiquei sabendo que era possível fazer vôos longos como por exemplo Andradas – Jundiaí que me chamou muita atenção. Durante alguns anos eu fiz resgates em Andradas para este meu amigo, e tive as primeiras noções sobre vento, nuvens e térmicas.
Na época eu não tinha dinheiro para voar e só fui fazer o curso quando terminei a faculdade aos 23 anos. Um outro amigo meu Alexandre Munhoz me levou para o Pico Agudo para conhecer o Lula e fazer o curso. Durante quatro anos eu só voei no Pico Agudo e não tinha a menor intenção de competir, para mim o nome do esporte já explicava tudo VÔO LIVRE.
Quando vieram as competições?
Quando eu comecei a voar com uma asa sem king post eu passei a ter mais vontade de fazer vôos de “cross” e então tive que deixar o Pico Agudo e seguir para Andradas onde estavam os pilotos mais experientes e as melhores condições de vôo. Eu tive sorte de encontrar o Cambuquira quando eu fui para Andradas, era setembro e estava na semana da etapa de Brasília mas ele tinha machucado o joelho jogando futebol e não foi competir, isso me ajudou muito porque pela primeira vez eu voei mais de 50 km e fiquei muito empolgado, nós fizemos alguns bons vôos no feriado de 7 de setembro de 2004. O Cambuquira é um cara que motiva muito novos pilotos isso ajudou muito nos primeiros vôos onde eu sempre pousava antes de todo mundo, algumas vezes no pé do morro. Depois desse feriado continuamos a voar juntos.
As competições vieram por causa do vontade de fazer cross cada vez mais longe. Dois bons pilotos, Cambuquira e Joe Cox, me deram a mesma dica, “se você quer voar cross, vá para os campeonatos”, a minha fascinação por vôos de distância era tanta que em 2005 eu fui para a minha primeira competição de verdade, a etapa de Brasília.
No primeiro dia consegui completar a prova e pousar na Esplanada, isso mudou toda a história, depois daquele dia eu só queria voar campeonato, era um tipo de vôo muito divertido e também um grande desafio.
Quando vieram as competições internacionais?
Uma coisa boa dos campeonatos é que cada um pode se comparar com os outros e perceber onde precisa melhorar para voar mais eficientemente. Para voar cada vez melhor é preciso ter horas de vôo e de preferência em competições de alto nível. Em 2006 haveria o Pré Mundial no EUA, Texas que é uma competição livre, alguns pilotos de São Paulo, o Nenê e o Máscara planejavam ir e eu fui com eles, O Nenê ajudou muito com a logística da asa no aeroporto, que não é difícil desde que se preste atenção em alguns detalhes. A competição foi uma grande escola, decolar rebocado e voar no pelotão com pilotos do mundo todo em um lugar totalmente diferente me fez amadurecer muito em pouco tempo com relação as competições. No Texas eu conheci melhor o André Wolf que também é um grande incentivador é um piloto que coleciona muitos títulos e mesmo assim se lembra de motivar quem está começando no esporte.
De volta ao Brasil, conversando com o André Wolf eu fquei sabendo da temporada na Austrália, inicialmente ele e o Doriva iriam também, mas no final acabei indo sozinho.
Como é o vôo livre na Austrália?
Em primeiro lugar eles têm muitas competições durante o ano e em lugares com condições muito fortes, em segundo lugar eles tem duas fábricas de asas a Moyes e a Air Borne, isso faz com que o vôo seja mais popular do que aqui. A temporada de janeiro é impressionante pela qualidade dos vôos e dos pilotos, muitos dos melhores pilotos de vários países estavam lá para as duas grandes competições que acontecem de 3 a 20 de janeiro. Estar lá foi outra grande escola, dá a impressão de ter voado dois anos em um mês, em uma competição nos voamos 1200 km em seis dias e em outra 700 km em seis dias. A prova mais longa teve 250 km e a térmica mais forte 11 m/s, foi impressionante.
Quais eram as marcas de asas que estavam voando nestes campeonatos e qualo desempenho de cada uma?
Na grande maioria Moyes e depois em menor quantidade Air Bourne, Wills Wing e Aeros. A Moyes estava estreando as RS com um comprimento de asa maior e uma corda menor tornando a asa mais alongada, essa é uma asa que voa muito bem em alta velocidade, com essa vela a asa ganha em planeio, muitos pilotos de ponta estão voando com a RS o que ajuda muito no aperfeiçoamento da asa e nas conclusões sobre as diferentes regulagens. As C4 da Air Bourne não apresentaram um rendimento expressivo principalmente nas tiradas elas perdiam em planeio. As Wills Wing que estavam lá estavam voando bem na térmica e na tirada, dos pilotos de ponta que estavam lá nenhum voava de T2 o que torna difícil a comparação. A Aeros do Oleg era a única do primeiro pelotão, na térmica é uma asa que sobe muito bem e também tem um bom planeio mas terminou em terceiro lugar atrás de duas RS. A Aeros e a RS dão a impressão de serem as asas que estão andando na frente, a Wills Wing estava com um protótipo de uma nova vela, mas ainda em desenvolvimento com uma característica de asa alongada também.
Quais são os objetivos para os próximos anos?
Eu tenho muita vontade de integrar a equipe brasileira para o mundial de 2009, esse é o principal objetivo, para isso eu vou continuar participando de todas as competições que eu tiver tempo no Brasil e em outros países. O campeonato brasileiro tem um nível muito alto, se eu conseguir ficar entre os seis primeiros com certeza muitos outros títulos virão como conseqüência.
Quais as principais lições aprendidas até aqui nas competições?
Voe por diversão, acima de tudo o vôo livre tem que ser um prazer, mesmo em competições, encarando dessa maneira o piloto tem mais chance de obter melhores resultados.
Respeite a natureza e escute os pilotos mais experientes ou locais, colocar-se em uma armadilha é muito perigoso, principalmente fora do próprio país.
Seja consistente, chegue no gol todos os dias, isso é fundamental.
Conheça a sua asa e saiba como as diferentes regulagens afetam o vôo.
Tenha intimidade com seu GPS e fique ligado no fuso horário se sair do país.
Os pilotos brasileiros são excelentes, no vôo livre somos tão respeitados como no futebol!!!
Se você tentou subir em um Dust e foi guspido sem capotar fique feliz de pousar inteiro e não tente de novo.
As descendentes são tão fortes quanto as térmicas, se a média das térmicas é de 7 m/s, fique alto e voe alto.
Se voar no deserto chegue no gol!!!
Seja um piloto educado, isso vai facilitar a vida do próximo brasileiro que for voar lá.
Aprenda como funciona a pontuação do campeonato.
Se perder o pelotão espero o próximo, se você ficar sozinho está morto.
Quando eu tinha 15 anos de idade eu conheci o Tuffy e o Tércio que são tios de um grande amigo meu o Marcinho, que hoje é co-piloto da TAM, através deles eu tive os primeiro contato com o vôo livre, fiquei sabendo que era possível fazer vôos longos como por exemplo Andradas – Jundiaí que me chamou muita atenção. Durante alguns anos eu fiz resgates em Andradas para este meu amigo, e tive as primeiras noções sobre vento, nuvens e térmicas.
Na época eu não tinha dinheiro para voar e só fui fazer o curso quando terminei a faculdade aos 23 anos. Um outro amigo meu Alexandre Munhoz me levou para o Pico Agudo para conhecer o Lula e fazer o curso. Durante quatro anos eu só voei no Pico Agudo e não tinha a menor intenção de competir, para mim o nome do esporte já explicava tudo VÔO LIVRE.
Quando vieram as competições?
Quando eu comecei a voar com uma asa sem king post eu passei a ter mais vontade de fazer vôos de “cross” e então tive que deixar o Pico Agudo e seguir para Andradas onde estavam os pilotos mais experientes e as melhores condições de vôo. Eu tive sorte de encontrar o Cambuquira quando eu fui para Andradas, era setembro e estava na semana da etapa de Brasília mas ele tinha machucado o joelho jogando futebol e não foi competir, isso me ajudou muito porque pela primeira vez eu voei mais de 50 km e fiquei muito empolgado, nós fizemos alguns bons vôos no feriado de 7 de setembro de 2004. O Cambuquira é um cara que motiva muito novos pilotos isso ajudou muito nos primeiros vôos onde eu sempre pousava antes de todo mundo, algumas vezes no pé do morro. Depois desse feriado continuamos a voar juntos.
As competições vieram por causa do vontade de fazer cross cada vez mais longe. Dois bons pilotos, Cambuquira e Joe Cox, me deram a mesma dica, “se você quer voar cross, vá para os campeonatos”, a minha fascinação por vôos de distância era tanta que em 2005 eu fui para a minha primeira competição de verdade, a etapa de Brasília.
No primeiro dia consegui completar a prova e pousar na Esplanada, isso mudou toda a história, depois daquele dia eu só queria voar campeonato, era um tipo de vôo muito divertido e também um grande desafio.
Quando vieram as competições internacionais?
Uma coisa boa dos campeonatos é que cada um pode se comparar com os outros e perceber onde precisa melhorar para voar mais eficientemente. Para voar cada vez melhor é preciso ter horas de vôo e de preferência em competições de alto nível. Em 2006 haveria o Pré Mundial no EUA, Texas que é uma competição livre, alguns pilotos de São Paulo, o Nenê e o Máscara planejavam ir e eu fui com eles, O Nenê ajudou muito com a logística da asa no aeroporto, que não é difícil desde que se preste atenção em alguns detalhes. A competição foi uma grande escola, decolar rebocado e voar no pelotão com pilotos do mundo todo em um lugar totalmente diferente me fez amadurecer muito em pouco tempo com relação as competições. No Texas eu conheci melhor o André Wolf que também é um grande incentivador é um piloto que coleciona muitos títulos e mesmo assim se lembra de motivar quem está começando no esporte.
De volta ao Brasil, conversando com o André Wolf eu fquei sabendo da temporada na Austrália, inicialmente ele e o Doriva iriam também, mas no final acabei indo sozinho.
Como é o vôo livre na Austrália?
Em primeiro lugar eles têm muitas competições durante o ano e em lugares com condições muito fortes, em segundo lugar eles tem duas fábricas de asas a Moyes e a Air Borne, isso faz com que o vôo seja mais popular do que aqui. A temporada de janeiro é impressionante pela qualidade dos vôos e dos pilotos, muitos dos melhores pilotos de vários países estavam lá para as duas grandes competições que acontecem de 3 a 20 de janeiro. Estar lá foi outra grande escola, dá a impressão de ter voado dois anos em um mês, em uma competição nos voamos 1200 km em seis dias e em outra 700 km em seis dias. A prova mais longa teve 250 km e a térmica mais forte 11 m/s, foi impressionante.
Quais eram as marcas de asas que estavam voando nestes campeonatos e qualo desempenho de cada uma?
Na grande maioria Moyes e depois em menor quantidade Air Bourne, Wills Wing e Aeros. A Moyes estava estreando as RS com um comprimento de asa maior e uma corda menor tornando a asa mais alongada, essa é uma asa que voa muito bem em alta velocidade, com essa vela a asa ganha em planeio, muitos pilotos de ponta estão voando com a RS o que ajuda muito no aperfeiçoamento da asa e nas conclusões sobre as diferentes regulagens. As C4 da Air Bourne não apresentaram um rendimento expressivo principalmente nas tiradas elas perdiam em planeio. As Wills Wing que estavam lá estavam voando bem na térmica e na tirada, dos pilotos de ponta que estavam lá nenhum voava de T2 o que torna difícil a comparação. A Aeros do Oleg era a única do primeiro pelotão, na térmica é uma asa que sobe muito bem e também tem um bom planeio mas terminou em terceiro lugar atrás de duas RS. A Aeros e a RS dão a impressão de serem as asas que estão andando na frente, a Wills Wing estava com um protótipo de uma nova vela, mas ainda em desenvolvimento com uma característica de asa alongada também.
Quais são os objetivos para os próximos anos?
Eu tenho muita vontade de integrar a equipe brasileira para o mundial de 2009, esse é o principal objetivo, para isso eu vou continuar participando de todas as competições que eu tiver tempo no Brasil e em outros países. O campeonato brasileiro tem um nível muito alto, se eu conseguir ficar entre os seis primeiros com certeza muitos outros títulos virão como conseqüência.
Quais as principais lições aprendidas até aqui nas competições?
Voe por diversão, acima de tudo o vôo livre tem que ser um prazer, mesmo em competições, encarando dessa maneira o piloto tem mais chance de obter melhores resultados.
Respeite a natureza e escute os pilotos mais experientes ou locais, colocar-se em uma armadilha é muito perigoso, principalmente fora do próprio país.
Seja consistente, chegue no gol todos os dias, isso é fundamental.
Conheça a sua asa e saiba como as diferentes regulagens afetam o vôo.
Tenha intimidade com seu GPS e fique ligado no fuso horário se sair do país.
Os pilotos brasileiros são excelentes, no vôo livre somos tão respeitados como no futebol!!!
Se você tentou subir em um Dust e foi guspido sem capotar fique feliz de pousar inteiro e não tente de novo.
As descendentes são tão fortes quanto as térmicas, se a média das térmicas é de 7 m/s, fique alto e voe alto.
Se voar no deserto chegue no gol!!!
Seja um piloto educado, isso vai facilitar a vida do próximo brasileiro que for voar lá.
Aprenda como funciona a pontuação do campeonato.
Se perder o pelotão espero o próximo, se você ficar sozinho está morto.
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